NOTÍCIA

Nesta quinta-feira (29) é comemorado o Dia Nacional do Livro. A data marca a transferência da Real Biblioteca portuguesa para o Rio de Janeiro ocorrida em 1810, que deu origem a Biblioteca Nacional do Brasil. Porém, mais importante do que marcar o acontecimento, a comemoração visa trazer questionamentos quanto a importância do livro e seu consumo em tempos de grande uso das tecnologias.

A bibliotecária da Biblioteca Pública Municipal Neiva Maria Andreatta Costella de Chapecó, Caroline Miotto Pecini, explica que além de gerar conhecimento, a leitura beneficia a saúde mental. “A leitura é um meio de cultura, de diversão, de lazer, mas também de saúde mental porque através dela podemos exercitar a memória, aperfeiçoar nosso vocabulário e nossa interpretação”.

Em setembro deste ano, a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil apontou que apenas 52% dos brasileiros possuem o hábito da leitura – um número 4% menor se comparado ao ano de 2015. A média de livros lidos anualmente pelos brasileiros é de 4,2 por pessoa.

Por outro lado, a pandemia do novo Covid-19 trouxe crescimento nas vendas de livros. Dados divulgados pelo 4º Painel do Varejo de Livros no Brasil em 2020 mostraram que e-books e vendas on-line de livros físicos aumentaram entre os meses de março e abril. A plataforma de vendas de livros e sebos, Estante Virtual, também divulgou um crescimento de 50% nas vendas comparado a esse mesmo período no ano passado.

Entretanto, para a Biblioteca de Chapecó, a quarentena significou declínio no número de empréstimos. “Identificamos que essa queda se deve pela questão de as pessoas não estarem saindo de suas casas, por estarem isoladas, pelo transporte público e também por nosso público abranger pessoas no grupo de risco, como os idosos”, explica Caroline.

Os livros mais procurados pelos chapecoenses são os de ficção americana, literatura infanto-juvenil, ficção brasileira, ficção inglesa e de literatura espírita.

Para Caroline, para que o hábito da leitura cresça entre os brasileiros é preciso criar políticas públicas que visem sua valorização. “É necessário trabalhar para que independente de governos, nós tenhamos a garantia de espaços de leitura e bibliotecas com bibliotecários.  E também que as crianças tenham acesso à leitura desde a escola, porque é onde acontece o primeiro contato com o livro. Precisamos garantir essas políticas e priorizar o acesso à leitura ainda na infância”, ressaltou ela.